segunda-feira, 7 de abril de 2014

sem título_1

Dizem que não podemos recuar no tempo, mas de certa forma até podemos, sabes? Não que possamos aceder ao seu documento original, mas a uma versão só de leitura asseguro-te que é possível. Há dias em que os nosso cérebro consegue fazer uns truques manhosos e os nossos sentidos são transportados para um plano temporal completamente diferente. Há estímulos auditivos que facilitam a coisa e tudo, e lá vem a lengalenga do costume. Eu insisto nisto porque me preocupo com vocês, Russos e Americanos desorientados que - e já agora digam-me... sei lá. por que estradas vêm cá parar - lêem este blog, está bem?
Vejam-me o potencial disto: Há quatro anos tive uma amigdalite. Tive de ficar uma semana em casa a tomar uns antibióticos que me davam cabo do estômago. Muito tempo livre, encontrei umas bandas fixes, viciei-me num álbum em particular que ouvi 24/7. Há dias tive saudades e procurei-o pelas ruas do youtube, mas estou lixada porque essas músicas agora trazem-me dores de estômago. No kidding. серьезно! Agora pensem. Mas digo-vos que estas viagens no tempo são perigosas. É preciso saber voltar, aterrar direitinho e adaptarmo-nos à realidade em volta numa questão de segundos.

Tinha saudades de me demorar aqui. Entre navegações procrastinatórias, fui contra o facto de não deixar mais de duas linhas por estes lados há pouco mais de quatro anos. Estou a senti-los sobretudo sob a forma de um intenso sabor a ferrugem que vem a escorrer desde as concavidades do meu lobo frontal para se entranhar ferozmente neste html. Mhh, pois. Custa arrancar. Quero ressuscitar este spacito. (um blog é um espaço? a internet é um lugar? é, não é? um lugar onde só estamos metade? hm? este fica para outro dia.)

Um quatro que parece um dois. Consigo, no entanto, reconhecer uma mudança brutal nos tons daqueles dias para os de hoje. Somos, sei lá, uma metamorfose em câmara lenta tsipo. Distrais-te uns segundos e ups, já foste. Revolta-me, pá. Eu já morri tanto. Que fizeste no dia 7 de Abril de 2006? Não sabes. Nem eu. É porque não fizemos nada. É porque não existimos. Ou existimos. Mas já morremos. Vai dar ao mesmo. É nada.

São três da manhã, abro a janela, acendo um cigarro. Não sei se alguma vez te disse isto, mas...

deixa lá.
eu volto já.

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