quarta-feira, 16 de abril de 2014

se isto fosse um desenho era um contorno lento

Estou convicta de que o ano começa em Fevereiro.
Como quando temos aquele trabalho para enviar ao professor até à meia-noite, mas enviamos à meia-noite e sete minutos. Janeiro são esses sete minutos. É quando percebes que tinhas umas coisas para fechar naquele ano mas não conseguiste, então a frustração transforma-se numa energia inabalável e tudo acontece, essa energia é Janeiro.
Somos todos felizes em Janeiro, o meu nome do meiro... não?

...

Outra convicção que tenho para mim é a de que errar é o mano. O melhor de todos.
E tenho-a de uma maneira mais excessiva ou... especial, se assim quisermos, desde a altura em que andava a estudar o código, porquê, porque eram as respostas erradas daqueles testes que me iam fazendo errar menos nos testes seguintes. Até não errar nunca mais porque todos os erros haviam já sido cometidos. Às tantas via-me envolvida numa avidez desmedida de resultados absurdos. E as respostas certas. Não me perguntem quais eram. Acho que ninguém olha para elas, pois não?
Isto é o cliché. Do mais reles. Do mais básico. Bem sei. (Básico é tanto banalidade como imprescindibilidade e eu acho isso engraçado.) Mas é que há coisas que sabemos de antemão e mesmo resolvendo concordar com elas, é completamente diferente quando as descobrimos sozinhos. É com os erros que aprendemos, ampliemos isso então, e projetemos sobre todas as coisas a ver no que dá. Na vida os erros não podem ser todos eliminados tendo em conta que a vida não tem páginas contadas; mas podemos dar cabo de grande parte deles; não podemos também medir o tamanho dessa parte mas suponho que seja significativo.
É que ultimamente tenho-me espatifado em bajillions desses... lapsos comportamentais. Mas não me deixam em baixo. Não. Muito pelo contrário. São desacertos felizes...
E por falar em vida.
Às vezes há coisas que, opá!
cum catano.
Coisas.
E nós adoramos criar relações entre as coisas e proclamar que é o universo. Sei lá, eu chamo-lhe universo. Que está a tentar manifestar-se e advertir-nos de coisas. Faz-nos sentir confortáveis e especiais. Pois faz. Aconteceu-me. E eu acho curioso. Acho curioso como a e têm o poder de nos deixar a pensar num c pelo simples facto de coincidirem. Acho piada como duas realidades - à partida independentes - mas aparentemente sobrepostas podem criar uma terceira. Ou será que essa terceira já existia previamente? Ali uma intençãozinha ardilosa disfarçada de universo? Se calhar é mais isso...
Um dia estás no sitío certo à hora certa e acontece aquela cena bestial. Achas que foi obra do destino porque epá não há coincidências assim, não há, ponto, mas onde esteve o destino durante tanto tempo?
Onde está o destino agora?
Onde esteve ontem?
E anteontem?
Achas que o destino aparece quando lhe dá na real gana, é isso?
Se existisse um destino ele não deveria estar sempre aí e todas as coisas faziam sentido... de uma forma algo... constante?
Pois eu acho. E que piada tinha?
Bem sei que apetece repousar na ideia de que tudo é bonito e significante.
Ou então no clássico ah-e-tal-no-fim-tudo-vai-fazer-sentido. (que raio de fim é esse que vai chegar e fechar uma linha num círculo munido de significado? alguma vez existiu, verdadeiramente, um fim de alguma coisa?)
Não se enganem. Às vezes acho que a vida foi um acidente. Não era suposto ter acontecido e agora olha,
arranjem-se.
Outras vezes não.
Hoje é uma dessas vezes.

Por isso. Coincidências: Vede lá o que fazeis às pessoas. Pô-las a esmiuçar o que não é passível de ser esmiuçado pode ser divertido, mas é atroz, por isso... não abuseis,  não? E tende lá cuidado... está bem?

Fim de parágrafos aleatórios por hoje.
Ou não.
Há mais qualquer coisa.
Porque.
Olha, não sei.
Uma porta fechada nunca é uma porta fechada.
E quando não está fechada varia nuns cento e cinco graus. Pode estar aberta de cento e cinco maneiras diferentes.
Sabes. Uma porta fechada é uma ilusão. Não tapa nem deixa tapar. Às vezes não basta fechar portas. Às vezes mais vale tirar a porta, e pôr lá uns tijolos. A sério.

Comecei numa ponta e acabei noutra e dei voltinhas e.
Ainda não sei bem o sentido disto.
Uma pessoa faz o que pode.
Estou muito cansada.

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