terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Hipocondrismo

Acho que com este acabo de passar para aqui toda a caquinha que queria...

Não há nada pior para uma pessoa hipocondríaca como eu que sentir pontadas e dores no peito a respirar e uma sensação de estrangulamento no braço esquerdo, (sim, as minhas veias dilataram, não foi bem dilatar, foi tipo, vi-as mais salientes) e uma espécie de formigueiro, vir ao google tentar perceber o quê que isso significa mesmo, e lermos que são sintomas de infartes e avc's. É, ia ''tendo um ataque'' ao ler isto.

Estou mesmo assustada. A tremer. (Acabo de sentir um formigueiro na perna esquerda.) Mas estou muito, mesmo. Sou muito medriquinhas em relação a estas coisas. Atinjo o pique da adernalina a ler o abc das doenças. Já desde miúda... e sinto-as! Faço um escândalo para engolir um comprimido com medo de me entalar e morrer com falta de ar... e com 15 anos ainda tomo ben-u-ron em xarope! Ah, e leio trinta vezes aqueles folhetos das contra-indicações antes de tomar qualquer coisa... Bato mal. É, mas gostava imenso de poder dizer que não tenho medo de morrer e não sei quê, é mesmo fixe dizê-lo, mas não é verdade, nada verdade, no meu caso, pelo menos. Eu morro de medo da morte. E é nestas alturas que deixo o meu ateísmo de lado por uns instantes para suplicar aos subúrbios sei lá o quê e prometer, jurar, a eles, ou a mim mesma, que vou começar a ter uma vidinha saudável, ou pelo menos, não tão enferma.

E é por isto mesmo que não estou no hospital neste momento, que era onde eu queria estar, a ser atendida por um desses médicos e a fazer toda a espécie de exames, a adiar a morte... Não estou, porque os meus progenitores dizem que isto é psicossomático. Como sempre. Da faceta de psicólogo do meu pai ouço que blá blá blá não sei quê é resultado da ansiedade, (por causa duma ceninha mesmo enervante que me aconteceu que eu já vou contar se não falecer entretanto) , uma reacção fisiológica qualquer que me faz acreditar que sinto estas dores e mais não sei o quê. E as minhas veias, mesmo aquelas mais fininhas, que eu nunca tinha visto, a assanharem-se todas no meu braço? Também foi psicológico?

É, eu aqui prestes a morrer, em pleno dia dos mortos, e eles querem dar-me Metamidol, armados em médicos!! Enfim. Recuso-me.

Ah, o que me inervou! Eu fui assaltada no dia 10 de Setembro... Sei a data porque nesse mesmo dia referi isso num post qualquer. ''Normal ou Anormal?''. Roubaram-me o telemóvel, e eu tinha comprado só há coisa de duas semanas um telemóvel novo. E ontem... ou hoje... no estado novo... pim! Fui gamada outra vez! Ok, desta vez foi diferente, porque não lhe vi o focinho, nem me apontou uma navalha... E claro, há aquela hipótese de o ter perdido, o que não me cheira, porque eu lembro-me bem de o ter posto na carteira depois de ter ficado sem bateria, e porque a ceninha da minha mala estava estragada, alguém forçou aquela merda.

Ora, é inervante, e estragou-me a noite. Porque ser assaltado e ficar sem um telemóvel já é enervante por si só. Agora, ficar sem um telemóvel que ainda tinha o plástico a proteger a câmara fotográfica, e que só existia porque há coisa de um mês e tais me tinham gamado o outro... não é fudido... é um bocadinho pior que isso. Percebem a ideia? Ainda bem que não.

Na altura fiquei decidida a esconder isto dos meus pais e a juntar dinheiro até comprar um igual sem que eles notassem. Mas não deu. Estava eu na sala quando explodi. E pronto, serviu-lhes para confirmar as suas teses de que isto tudo que eu estou a sentir não é mesmo nada, e a outra, clássica já, de que eu sou uma irresponsável e blá blá blá. Mas não fiquei melhor desta coisa toda do pseudo-avc depois de lhes ter contado, e a dor do braço está a aumentar por estar aqui a escrever. A escrever o meu Testamento. (CREDO! truz truz truz)

Por isso vou só dizer mais uma coisinha... Fiquei intrigada com uma coisa.

Quando sou assaltada no meu estado mais sóbrio, que é quando me apontam a navalha... eu desmancho-me num ataque de riso logo a seguir.

Quando sou assaltada assim já um bocadinho mais alegre do que o que era suposto estar, sem navalha, sem nada de medonho ou assutador... desmancho-me a chorar.

Pergunto-me outra vez... serei normal?

Normal ou não, não quero morrer. Quero que este post não passe de uma cena muito estúpida de uma miúda histérica e paranóica que sente uma dorzinha no braço e no coração e pensa logo que vai falecer...

1 de Novembro praí... que é o dia dos mortos... é dezembro e afinal nem morri... aquilo era só uma 'somatização'! qualquer coisa dos psicológicos... tá-se bem!

3 comentários:

  1. Sabes...também não gosto nada de tomar comprimidos e também vou sempre ler o papelzinho.
    E também prefiro o xarope aos comprimidos,mas só se o xarope tiver um sabor bom XD
    quanto à parte da morte, não é algo que eu tema,porque sei que mais tarde ou mais cedo há-de chegar e isso não é algo necessariamente mau.Quer dizer,apesar de eu também não acreditar na religião cristã,o que nos espera do outro lado não ha-de ser pior que aquilo que passamos aqui na terra

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  2. haja quem se dê ao trabalho de passar por aqui e comentar!
    e fica sabendo que um sábado destes tomei um brufen em comprimido quando estava a morrer de dores menstruais. não havia xarope. implorei à minha mãe comprimidos. ela nem queria acreditar. fui mesmo corajosa, engoli aquilo duma vez, e ainda tive que esperar 30 minutos para ficar bem. estava a morrer caramba.

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  3. LOOL
    eu também só tomo comprimidos quando estou quase a morrer.E quando reuno a coragem suficiente para tomar um benuron por exemplo fico meia hora com ele na boca até se desfazer,porque não consigo de maneira nenhuma engolir comprimidos

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