quarta-feira, 12 de novembro de 2014

São seis da manhã e eu estou a pensar que se o universo está em expansão como se diz, então tempo e espaço não poderão ser coisas separadas. Mas antes a mesmíssima.
Nunca ninguém esteve neste sítio em que me encontro nem nunca ninguém vai poder estar porque isso seria congelar a explosão. E o universo não pára de correr. Dizem.
Dizer que foi aqui, neste local x, que se deu o evento y é erróneo. Seria o mesmo que estar a ver o tal y acontecer diante dos meus olhos e se não o estou a ver então não foi; não é este o espaço com certeza. Os locais desaparecem com o próprio desaparecer daquilo que constitui uma constante fugacidade do presente e dos eventos que nele acontecem.

O lugar parece o mesmo. Parece. Porque os lugares como os reconhecemos vão à mesma velocidade que nós. E vão sempre.
Mas os espaços ficam como os segundos. Os lugares ficam como as horas. Aprendemos a chamar de tempo à nossa bestial e perpétua conquista de território celeste.

Sim. Tempo e espaço são o mesmo. E são só o universo a esburacar o negro à velocidade da luz.

Assim sem artifícios, era só isto.
É provável que amanhã não perceba o que quis dizer.

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