quinta-feira, 5 de julho de 2012

Peter Osborne , recepção na distração

''(...)Vamos à galeria em parte para nos distrairmos dos problemas e das preocupações do mundo. Para a nossa atenção ser deste modo desviada, temos de prestar atenção às obras expostas. No entanto, uma vez lá dentro, o tipo de atenção exigida pelas obras (e pelo contexto institucional) - a imersão contemplativa - produz uma ansiedade que gera por sua vez a necessidade de diversão. Essa necessidade desenvolve-se, quer por a obra não ser capaz sustentar a nossa atenção, quer, talvez, por causa do carácter disciplinador da própria exigência. (...) Mas se aquilo de que a arte deve distrair os seus observadores - para funcionar como arte - não consiste apenas nos problemas e nas preocupações com o mundo mas, cada vez mais, na própria diversão (entretenimento), como distrair da diversão sem simplesmente a reproduzir? Em alternativa, como pode a arte distrair da diversão sem perder contacto com a diversão, sem entrar pura e simplesmente noutro domínio -  o da imersão contemplativa (...) ''

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